'Estava aqui pensando se não era eu quem fazia as engrenagens do nosso relacionamento não funcionar. Considerando principalmente o fato de que agora que decidi de uma vez por todas fingir que nunca te conheci, esquecer que depois daquela paixãozinha aos seis aninhos de idade você simplesmente sumiu do mapa.
Porque é assim: eu vejo você, ouço seu nome, leio algo que escreveu e eu fico tão feliz, acho engraçado, divertido, quero ser amiga, íntima, porque acho que sim, nos daríamos bem se você quisesse.
Eu sei, disse ali no início que o problema era comigo, porque penso que eu estava insistindo demais nisso tudo.
Acontece que esse seu jeito estúpido que te acompanha sempre, acaba, também sempre, com a minha graça. Diminui a droga do meu coração me fazendo lembrar que não sou tão fria assim como transpareço.
E vejo que você tem outros relacionamentos, muitos amigos, e isso me deixa um pouco confusa... Pensar que ninguém mais é tão sensível as suas armas e surpresas, como eu, a ponto de conseguirem prosseguir qualquer tipo de relação com você, sabe? E é chato pensar que eu, esse ser tão gélido, e que sempre se esquece de tudo que fazem, qualquer bobagem que significa muito vira nada com o tempo. Eu praticamente vivo em função de esquecer as merdas que as pessoas fazem comigo.
Mas com você é diferente. Fico realmente magoada. Aliás, ficava ne? Porque, decididamente, eu me envolvi no meu propósito de invisibilidade. Não falo, não olho, nem ouço se quer. Esqueci seu nome, seu Orkut, MSN, telefone, endereço e, até mesmo, que você passa ao menos um terço do dia a menos de metro de mim...
Tem funcionado.'

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