"Minha tia perguntou-me, há dias, o que eu pretendo do futuro. Levei a serio a pergunta, mas não respondi. Agora medito: O que será que eu pretendo mesmo? Não sei. Todas as minhas amigas pretendem casar-se e ter filhos. Não sei se isso me bastará. Não pretendo ter filhos porque não quero me fincar na vida, não quero compromissos com este mundo. Fico pensando: O que será que vai me entusiasmar neste mundo? Amor? Será? Pode ser. Mas se está vida continuar nesta chatice vou desertar aos quarenta anos. Não vou ficar velhinha numa cama esperando a morte, vou desaponta-lá.
Que noites meu Deus. Para que tantas estrelas, por que tantas? Fico afogada de melancolia. Que falta me faz alguém que me entenda, que me saiba, que possa ficar do meu lado quieto, calado, entendendo tudo, sentindo igual. Que não diga palavras tolas sobre as estrelas, que não diga nada, mas que saiba dizer coisas belas se quiser. Ah! que afogamento. Que desamparo. Que mundo grande tão sem sem gente. No entanto sei que existem pessoas que me entenderiam que me entenderiam até no silêncio. Mas ... onde?"
A ciclotímica -Vera Brant
" Há um deus maligno que zomba de todas as convenções, entra e derruba todos os projetos... Se mademoiselle amar um dia, estou certo de que não há de ser nenhum dos noivos apresentados por seu pai... Será alguém que lhe fará mudar as ideias sobre o casamento... e quando der por isso já será tarde..."
(John, chauffeur russo - Max Du Veuzit)